Engenharia Civil num momento de viragem, artigo de Antónia Lopes

A Engenharia Civil em Portugal está a entrar numa fase de renovadas oportunidades — impulsionada pela modernização das infraestruturas, pelas necessidades habitacionais, pela mobilidade e pela sustentabilidade.
Num novo artigo de opinião, Antónia Lopes analisa estes temas-chave e explora como a inovação está a redefinir o futuro do setor.
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As infraestruturas envelhecidas exigem monitorização estrutural, mais manutenção preventiva e reabilitação. Podemos referir, por exemplo, o setor ferroviário, onde comboios e metros têm percursos limitados e, normalmente, demoram mais tempo do que o automóvel. Entre o Porto e Lisboa, por exemplo, a viagem demora cerca de três horas, seja de carro ou de comboio. Os metros, em Portugal, contam apenas com algumas linhas em cada cidade onde estão implementados. Além disso, continua a haver uma forte dependência dos autocarros.
A construção de novas infraestruturas requer investimento, espaço e intervenções específicas. Portugal enfrenta atualmente uma forte pressão no que toca à habitação. A procura é elevada e a oferta reduzida, maioritariamente composta por edifícios antigos — o que resulta em preços muito altos em todo o país, e não apenas nas áreas urbanas. Devem existir mais incentivos à criação de novas infraestruturas, acessíveis a todos e em todo o território nacional.
Essas novas infraestruturas devem também ter um propósito público — como escolas e hospitais — promovendo segurança e confiança para todos os utilizadores.
Por último, mas não menos importante, a sustentabilidade está sempre presente. Reduzir a pegada de carbono da construção, promover a eficiência energética e utilizar materiais sustentáveis são alguns dos desafios que Portugal precisa de acompanhar. O esforço em Investigação e Desenvolvimento deve ser constante, procurando novas soluções, sobretudo impulsionadas pelo setor privado e apoiadas por medidas públicas.
Existem ainda muitas outras formas de impulsionar o desenvolvimento da Engenharia Civil: a digitalização e a inovação tecnológica, a formação e valorização das competências profissionais, e a redução da burocracia que, muitas vezes, transforma o simples em complexo.








